
O trabalho integrado realizado pelo Governo de São Paulo entre segurança, saúde e desenvolvimento social, com o apoio da prefeitura, permitiu o fim de um problema crônico na região central da cidade de São Paulo. A desmobilização das cenas abertas de uso de drogas,área conhecida como Cracolândia, completa seis meses nesta quinta-feira (13). Desde 2023, a atual gestão uniu esforços para enfrentar o uso de drogas e requalificar o espaço.
“O que aconteceu com a Cracolândia não foi mágica. Foi trabalho coordenado, com inteligência e com objetivos muito claros: cuidar das pessoas, combater o crime e devolver o centro de São Paulo ao cidadão. A diferença é que nós não enxergamos a região como apenas um lugar, mas como uma questão socialmente complexa que exige segurança, saúde e dignidade trabalhando juntas. E o resultado está aqui. O que parecia impossível, está acontecendo aqui em São Paulo”, afirma o governador Tarcísio de Freitas.
O esvaziamento total da cena aberta de uso que se concentrava na Rua dos Protestantes ocorreu em maio deste ano e já traz melhoras para o comércio, com redução expressiva de crimes.
As ações integradas em Campos Elíseos e Santa Cecília reduziram, de maio até setembro deste ano, em 63% (3,5 mil em 2022 ante 1,3 mil em 2025) os roubos e em 29,8% (6,2 mil para 4,4 mil) o total de furtos e roubos somados desde 2022, uma das maiores quedas da história recente do centro de São Paulo.
A Secretaria da Segurança Pública realizou no início da gestão um monitoramento detalhado da situação no centro da cidade, com reuniões periódicas desenvolvidas com as demais secretarias. No ano passado, a SSP entregou novas unidades policiais e reforçou o efetivo na região com 400 policiais.

“Nós fizemos um banco de dados de todo mundo que frequentava o fluxo. A gente cruzou com a base de dados criminal e viu que 60% dos frequentadores do fluxo eram egressos do sistema prisional, descumprindo medidas cautelares”, explica o governador Tarcísio de Freitas.
O trabalho resultou na prisão de lideranças de facção que atuavam no centro da capital, com investigações em ferros-velhos e interdição de hotéis e pensões usados para lavar dinheiro do tráfico , descobertos durante as investigações da Operação Downtown. Mais de R$ 200 milhões em bens foram apreendidos na época.
“O centro de São Paulo deixou de ser um lugar atrativo para os criminosos, uma vez que reforçamos o efetivo policial na área e aumentamos as investigações realizadas pela Polícia Civil, realizando importantes prisões e interceptando a droga antes que ela chegasse na área das cenas abertas de uso”, disse o coordenador do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), tenente-coronel Rodrigo Vilardi.

Entre as ações de destaque está também o fim da favela do Moinho , processo em curso liderado pelo Governo de São Paulo que está levando moradia digna para a população que vivia no local e prendendo lideranças do tráfico que abasteciam a região.
“A Favela do Moinho era o coração do abastecimento de drogas. Ao desmobilizá-la, quebramos o eixo que sustentava o fluxo”, afirma o governador Tarcísio de Freitas.
Além do reforço no policiamento, a população acompanha o processo de transformação de áreas antes degradadas, como as ruas Helvétia, Dino Bueno e a Praça Princesa Isabel, que passaram por requalificação urbana e redução completa das aglomerações.
O fim do fluxo de usuários resultou na retomada de vendas no comércio da família de Daniel Neves, que tinha registrado queda de 50% com a Cracolândia. “O turismo voltou, as pessoas voltaram a se hospedar e se sentem mais seguras por ver o policiamento, isso traz as pessoas de volta, dá aquela sensação de tranquilidade e de segurança”, afirmou.

A analista de recursos humanos Renata Pereira trabalha na região da Praça Princesa Isabel e conta que antes não tinha coragem de sair do local de trabalho. “Hoje, a praça está limpa, a gente pode sentar nela, porque a gente se sente mais seguro já que cada esquina tem um policial militar ou um guarda”, explica.
Desde 2023, a Política Estadual sobre Drogas foi formalmente instituída e coordenada pelo vice-governador Felicio Ramuth, com articulação direta entre 22 secretarias estaduais e municipais por meio do Protocolo de Ações Integradas.
O modelo inclui instâncias formais de planejamento e avaliação, como o Comitê Técnico-Científico, responsável por propor ações, indicadores e métricas de desempenho, um núcleo técnico da Política Estadual sobre Drogas, que acompanha e aprimora as ações em campo, além de contar com núcleo de acompanhamento de casos (NAC) e grupos de trabalho de Segurança Pública, com coordenação conjunta entre Estado e Prefeitura.

Uma das principais inovações foi a criação do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas, que articula a rede de atenção psicossocial, com triagem, grupos terapêuticos, atendimentos médicos e encaminhamento a leitos hospitalares especializados para desintoxicação . Em mais de dois anos de funcionamento, foram mais de 35,4 mil atendimentos.
Dos atendimentos, foram 29.640 encaminhamentos para leitos hospitalares dos programas de desintoxicação do estado, aos novos serviços de Casas Terapêuticas, para as Comunidades Terapêuticas e outros equipamentos de saúde, como prontos-socorros, Unidades Básicas de Saúde, Ambulatórios Médicos de Especialidades ou Hospitais Gerais.
Os atendimentos na unidade são feitos de forma individualizada, de acordo com o quadro clínico de cada paciente. São realizados exames e cumpridos protocolos de escala de saúde mental e clínica. Se necessário e caso o paciente concorde, é realizado o encaminhamento para os programas de desintoxicação do estado, conforme a linha de atendimento definida pela equipe clínica.
A rede inclui ainda Serviços de Acolhimento Terapêutico (SAT) em três modalidades: comunitária (em comunidades terapêuticas), híbrida (com fases comunitária e residencial) e residencial (casas terapêuticas monitoradas, como as unidades Casa Acolher, Casa Despertar, Casa Transformar e Casa Cuidar).
A Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS) passou a oferecer estrutura de proteção social para famílias impactadas pelo uso de drogas, integrando serviços de acolhimento terapêutico e de prevenção comunitária às pessoas com uso abusivo de substâncias psicoativas, principalmente as que frequentavam cenas abertas de uso da região central de São Paulo. Foram realizados ao menos 13,3 mil atendimentos vindos do Hub de Cuidados em Crack e Outras Drogas na estrutura disponibilizada pelo Desenvolvimento Social.
A atual gestão inaugurou 13 novas Casas Terapêuticas: 9 na Capital, 1 em Guarulhos, 1 em Osasco e 2 em São José do Rio Preto. O investimento de implantação foi de R$ 50,6 milhões. Juntas, elas têm capacidade para atender 585 pessoas.
Além de serviços já existentes, que somam mais de 21,3 mil atendimentos e acolhimentos de 2023 a 2025 nos serviços de Acolhimento Terapêutico Comunitário, Acolhimento em Repúblicas e Acolhimento Institucional, a gestão implementou três novos atendimentos: Serviço de Acolhimento Terapêutico Híbrido (fases comunitária e residencial) em cidades do interior paulista; Serviço de Acolhimento Terapêutico Residencial na modalidade Casas Terapêuticas para as regiões metropolitanas e o Serviço de Apoio e Suporte às Famílias e Indivíduos em Espaços Prevenir, distribuídos em todo Estado.
Nesta gestão, a SEDS registrou 34,7 mil acolhimentos, sendo que uma única pessoa pode ter sido contemplada em até quatro tipos de serviços distintos, isto é, ter iniciado sua jornada de proteção social na Casa de Passagem, referenciada em algum tipo de unidade de acolhimento terapêutico; posteriormente ser acolhida em república e por fim, em uma das unidades do Espaço Prevenir.
Também integram as políticas de requalificação do centro de São Paulo as ações da CDHU na Favela do Moinho. O Governo de SP planeja requalificar toda a área, localizada nos Campos Elíseos, região central da capital paulista. Até o momento, 678 famílias já deixaram a Favela do Moinho, o que representa cerca de 81% das 833 que aderiram voluntariamente ao plano de reassentamento estruturado pela CDHU. O programa busca oferecer dignidade e segurança à população que vive sob risco elevado e em condições insalubres. Ao todo, 780 famílias já selecionaram suas unidades de destino.

As famílias podem optar por apartamentos da CDHU no mercado (prontos, em construção ou com obras a iniciar) ou buscar imóveis por conta própria em qualquer região do estado, desde que atendam aos parâmetros do programa. Em ambas as modalidades, o valor máximo dos imóveis é de R$ 250 mil, conforme a localização.
Outra iniciativa para requalificar o centro de São Paulo é a construção do Novo Centro Administrativo nos Campos Elíseos. O espaço reunirá, em um único complexo, sete edifícios e dez torres, concentrando secretarias e órgãos do Estado, com espaço para cerca de 22 mil servidores. Além de ampliar a eficiência na gestão pública, o empreendimento oferecerá equipamentos culturais e de convivência, como teatro, auditórios e salas multiuso, criando um espaço cívico no coração de São Paulo.
O projeto inclui o restauro de 17 imóveis tombados e a ampliação em mais de 40% das áreas verdes do Parque Princesa Isabel. O espaço contará ainda com 25 mil m² destinados a comércio e serviços, fortalecendo o desenvolvimento urbano e a economia local.
A iniciativa será viabilizada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), com duração de 30 anos, que tem inscrições abertas para propostas até 24 de novembro, com leilão marcado para 28 de novembro, na B3, no centro da capital.
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