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Novo lar, nova vida: após 22 anos na Favela do Moinho, moradora recomeça com dignidade no centro de SP

Com a família de Dona Eunice, 678 famílias já deixaram a Favela do Moinho — o que representa cerca de 81% das 833 que aderiram voluntariamente ao p...

11/11/2025 às 15h31
Por: Redação Fonte: Secom SP
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Dona Eunice viveu por 22 anos na Favela do Moinho. Foto: Divulgação SDUH/CDHU
Dona Eunice viveu por 22 anos na Favela do Moinho. Foto: Divulgação SDUH/CDHU

“Quando eu me mudar daqui, minha vida também vai mudar completamente. Não vou sentir saudade. O que eu sinto é alegria de sair para a minha nova casa.” Foi assim que, na quarta-feira (5), dois dias antes de deixar a Favela do Moinho, Eunice Barbosa dos Santos, de 81 anos, descreveu a expectativa de sair da comunidade rumo à nova moradia, conquistada graças ao atendimento habitacional operacionalizado e viabilizado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

Dona Eunice viveu por 22 anos na Favela do Moinho. Os desafios diários com a falta de limpeza, saneamento, segurança e infraestrutura fizeram com que ela sonhasse com uma nova oportunidade de recomeçar fora do barraco onde morava. “Quando eu deixava a comida aqui, o rato vinha e comia. Aí eu tinha que jogar tudo fora. Então, agradeço todo dia a Deus e a vocês, da CDHU”, contou, emocionada.

Outra preocupação constante era o risco de incêndios, comuns na região. “Passei por dois incêndios na comunidade. Aqui no campinho e ali no terreno. Teve época que, por conta disso, eu não tinha mais nada. O povo que me deu. O fogo atingiu o barraco do meu filho, o Jhony, e queimou tudo”, recorda.

Jhony faleceu há seis anos, deixando seis filhos – os netos de Dona Eunice. Um deles, o pequeno Jhony Alabá, de 10 anos, vive sob seus cuidados. Para ela, levar o neto para a nova casa representa também a chance de garantir um futuro melhor. “Para mim, tudo vai mudar para melhor agora, inclusive a educação do meu neto, sabe? Quem mora dentro da comunidade não tem muito futuro, estudo e sabedoria. Tem que ser firme. Meu neto estuda de manhã e de tarde. Agora vou colocá-lo no campinho de futebol também, porque ele quer jogar no São Paulo.”

O recomeço não exigiu ir muito longe. A nova moradia fica a apenas 1,6 quilômetro dali, também na região central de São Paulo. O apartamento definitivo — escolhido por Dona Eunice — tem quarto, sala, cozinha e banheiro, e está localizado em uma área com ampla rede de transporte e comércios.

Na sexta-feira (7), logo cedo, Dona Eunice acompanhava com entusiasmo a saída de seus pertences da comunidade. Toda a mudança foi custeada e organizada pela CDHU. “A casa nova é perto da Praça Princesa Isabel. Temos que ter um coração limpo, e o meu é. Eu não tinha nada em minhas mãos, e é por isso que Deus prepara tudo para mim”, disse, emocionada, enquanto observava seus móveis e doações sendo carregados para o novo lar.

O recomeço, iniciado entre lágrimas, trouxe esperança e alívio. Desta vez, diferente das ocasiões em que o fogo destruiu tudo o que tinha, o choro é de felicidade. “Não vamos mais dormir com rato e barata perto da gente, nem com percevejo em cima de nós. Estamos indo morar em um lugar decente. Minhas coisas estão bem preparadas por Deus. Eu ganhei isso tudo. Eu estou chorando de alegria, porque vocês me proporcionaram uma casa chique e linda”, concluiu.

Mais de 670 famílias já deixaram a Favela do Moinho

Com a família de Dona Eunice, 678 famílias já deixaram a Favela do Moinho — o que representa cerca de 81% das 833 que aderiram voluntariamente ao plano de reassentamento estruturado pela CDHU. O programa busca oferecer dignidade e segurança à população que vive sob risco elevado e em condições insalubres. Ao todo, 780 famílias já selecionaram suas unidades de destino.

O atendimento ocorre de duas formas: as famílias podem optar por apartamentos prospectados pela CDHU no mercado — prontos, em construção ou com obras a iniciar — ou buscar imóveis por conta própria em qualquer região do estado, desde que atendam aos parâmetros do programa. Em ambas as modalidades, o valor máximo dos imóveis é de R$ 250 mil, conforme a localização.

As moradias são concedidas sem custo para famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil, de acordo com a parceria firmada entre o Governo do Estado e o Ministério das Cidades em maio. Para quem escolhe um imóvel ainda em construção, é pago um caução de R$ 2,4 mil e, a partir do mês seguinte, um auxílio-moradia de R$ 1,2 mil.

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