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Golpes com criptomoedas crescem e rastreamento é possível

O número de fraudes envolvendo criptomoedas preocupa autoridades e especialistas. Relatório da CVM aponta que 43,3% das vítimas de golpes financeir...

07/11/2025 às 15h47
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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O aumento dos investimentos em criptomoedas vem acompanhado de um cenário de preocupação com golpes financeiros. De acordo com o Relatório da Pesquisa com Vítimas de Fraudes Financeiras, publicado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), 43,3% das vítimas de fraudes relataram envolvimento com criptoativos ou investimentos digitais. O documento aponta que as promessas de ganhos acima do mercado e a falta de conhecimento financeiro estão entre os principais fatores que facilitam a ação dos golpistas.

Entre os golpes mais comuns estão falsas corretoras, consultorias de investimento que prometem ganhos fixos e supostos mentores que oferecem lucros garantidos. De acordo com a advogada Elisângela B. Taborda, esses esquemas também se expandiram para grupos de mensagens, como WhatsApp e Telegram, onde golpistas se apresentam como professores, analistas ou funcionários de corretoras. Nesses espaços, são divulgadas diariamente "provas sociais" de pessoas que exibem lucros elevados, em um cenário cuidadosamente montado para inspirar confiança. As fotos e vídeos utilizados mostram supostos investidores em ambientes corporativos, retratados como médicos, advogados ou executivos de sucesso, muitas vezes criados com o uso de inteligência artificial (IA) para reforçar a sensação de credibilidade. Segundo a especialista, essa combinação de aparência profissional e resultados artificiais é uma das estratégias mais eficazes para convencer as vítimas a investir quantias cada vez maiores.

A advogada Elisângela B. Taborda, especialista em fraudes financeiras e criptoativos, afirma que a falta de informação técnica é um dos principais fatores que favorecem os golpistas. Segundo ela, os golpes atuais vão muito além das pirâmides financeiras e envolvem a criação de falsas corretoras e perfis falsos de especialistas em investimentos. Muitos desses esquemas utilizam recursos de inteligência artificial para criar imagens e vídeos de supostos analistas, professores ou funcionários de corretoras, com logotipos e cenários que imitam ambientes corporativos reais.

De acordo com a profissional, em boa parte dos casos, o que parece ser uma corretora legítima é apenas uma plataforma virtual que simula ganhos. Ela explica que a vítima realiza depósitos reais, envia comprovantes e vê o valor "crescer" dentro do sistema fraudulento, que não passa de uma interface criada para enganar. Segundo a especialista, esses números são manipulados para demonstrar lucros muito acima do mercado, induzindo a novos aportes. A promessa de rendimento rápido e contínuo, afirma, leva muitas pessoas a realizar empréstimos, vender bens ou comprometer o próprio patrimônio.

Ela observa que os ganhos prometidos pelos golpistas costumam desafiar qualquer lógica financeira. Em muitos casos, as plataformas fraudulentas exibem supostos rendimentos diários de até 10%, o que faria um investimento de apenas dez mil reais ultrapassar, em um ano, o valor total do Produto Interno Bruto mundial, estimado em cerca de 110 trilhões de dólares. "É algo completamente fora da realidade. À primeira vista pode parecer exagero ou até cômico, mas é um problema muito sério. Esses números são criados justamente para convencer a vítima de que está diante de uma oportunidade única", destaca Elisângela Taborda.

Ela explica que, apesar da descentralização das criptomoedas, todas as transações ficam registradas em um sistema público chamado blockchain. Esse registro, conforme apontam estudos de análise forense em blockchain e segurança cibernética, permite identificar o caminho percorrido pelos valores, desde a origem até o destino, e possibilita a adoção de medidas judiciais. O processo é técnico e depende da atuação de profissionais que compreendem tanto o funcionamento da tecnologia quanto os instrumentos legais disponíveis.

"O rastreamento exige análise da blockchain e medidas judiciais específicas. Com as ferramentas corretas, é possível identificar carteiras, seguir o fluxo das transações e, em muitos casos, obter o bloqueio de valores dentro das corretoras", detalha. Ela ressalta que o tempo é um fator determinante, pois quanto mais rápida for a reação da vítima, maiores são as chances de localizar os recursos antes que sejam convertidos em outras moedas ou transferidos para jurisdições de difícil cooperação.

A advogada cita que, nos últimos anos, decisões judiciais no Brasil têm reconhecido a viabilidade de bloqueios de criptomoedas em investigações de golpes. Em alguns casos, foi possível recuperar parte ou até a totalidade dos valores. Esses precedentes, segundo ela, demonstram que, embora as criptomoedas operem fora do sistema bancário tradicional, elas não estão imunes ao alcance da Justiça.

Para vítimas de fraudes, a especialista orienta que os primeiros passos devem ser registrar boletim de ocorrência, reunir provas como conversas, comprovantes de depósitos e endereços das carteiras e buscar orientação jurídica especializada. O rastreamento de criptoativos, conforme explica, exige conhecimento técnico e jurídico, além de acesso a ferramentas forenses que mapeiam o fluxo das transações.

Além das medidas reativas, a especialista reforça a importância da prevenção. Desconfiar de promessas de ganhos garantidos, verificar o registro das corretoras e confirmar a identidade de quem oferece oportunidades de investimento são atitudes que reduzem significativamente o risco de prejuízo. Golpes digitais evoluem com rapidez, e a informação ainda é a melhor forma de proteção. A advogada Elisângela B. Taborda acrescenta que a conscientização é fundamental para evitar novas vítimas e que o conhecimento básico sobre o funcionamento das criptomoedas já faz grande diferença na hora de identificar propostas fraudulentas.

A profissional ressalta que a atuação de especialistas tem sido decisiva para a recuperação de valores em golpes com criptomoedas. Casos recentes mostram que, com análise técnica e medidas judiciais adequadas, é possível identificar transações e alcançar resultados efetivos. Segundo Elisângela Taborda, o rastreamento depende de conhecimento técnico e jurídico específico, e a Justiça tem reconhecido a validade dessas medidas em todo o país.

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