
Na sexta-feira (31), aconteceu uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Rondônia, organizada pela CRATERRAS - Subcomissão Temporária para acompanhar os embargos de terras feitos pelo Ibama. Durante o evento, foram discutidas questões importantes sobre o papel do órgão no processo de licenciamento ambiental. O deputado Luizinho Goebel (Podemos) fez considerações e críticas, ressaltando a importância de uma postura mais flexível e colaborativa por parte do Ibama.
Luizinho Goebel comentou sobre as ações do IBAMA, destacando que, muitas vezes, o órgão acaba sendo burocrático demais, o que dificulta o avanço de projetos importantes para o crescimento da região. Ele reforçou a ideia de que é fundamental equilibrar a preservação do meio ambiente com a geração de oportunidades de trabalho e desenvolvimento para a comunidade local.
Durante sua fala, Goebel comentou o seguinte: "Existem coisas que não têm como voltar atrás. Não dá para recuperar aquele cidadão que perdeu tudo, teve seu patrimônio destruído pelo fogo, e agora, com uma nova decisão, a situação mudou. E aí, o que acontece? Quem causou o incêndio vai pagar a conta? Não. Aquele homem ainda está lá, sofrendo. Pensando nesse homem, percebo como é difícil expressar o sentimento que carregamos na alma. Não é só no coração, é na alma mesmo. É aquele lugar bem profundo, no limite. Imagine essa família: tiveram a propriedade queimada, alguns bens materiais, objetos, motos… Tudo foi destruído. E agora, com a reviravolta, tudo mudou. Mas como essa família está hoje? E se alguém for lá amanhã para pagar essa dívida? Mesmo assim, será que essas pessoas vão conseguir se curar de tudo isso algum dia? Acho que nunca. Isso aí nunca vai te acompanhar pelo resto da sua vida. Porque aquilo foi uma situação humilhante, uma situação que não deveria acontecer com ninguém”.
Ele enfatizando que: "Uma pessoa que trabalha com honestidade, que cuida da sua família, não merece passar por uma humilhação tão grande. Essa experiência pode deixar marcas psicológicas que talvez você leve para sempre. Além disso, acho que quem trabalha duro e luta por um objetivo faz isso porque quer cuidar da família, quer ter uma reserva financeira, algo para usar em momentos de necessidade, principalmente para salvar a vida de alguém da família, como esposa, mãe, pai, filho ou neto. Essa é a razão de todo esforço. Mesmo que aquela questão já tenha sido resolvida, gostaria de saber de vocês, que são produtores rurais: quem teria coragem de ir lá e comprar aquela propriedade que passou por aqui? Ou será que ninguém teria essa coragem? Porque, muitas vezes, ela não se vende, nem mesmo para salvar uma vida. Ainda assim, temos esperança de encontrar uma solução. Ainda precisamos descobrir qual ferramenta usar, porque as que acreditamos que temos não existem de verdade, e a situação só piora a cada dia”.
A proposta é que novas diretrizes sejam elaboradas, buscando um equilíbrio entre avanço econômico e conservação ambiental. A audiência pública foi um passo importante para debater essas questões e buscar um entendimento mais claro sobre a atuação do IBAMA e sua relação com projetos de desenvolvimento.
Texto: Edilson Neves | Jornalista Secom ALE/RO
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