
O ano de 2025 marca um novo capítulo na saúde pública do Acre. Pela primeira vez, pacientes acreanos tiveram acesso a procedimentos de alta complexidade, antes disponíveis apenas em grandes centros do país.
Esses avanços foram possíveis graças à atuação do governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), da Fundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), onde é realizada a maioria dos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).

A paciente Nerian Brito, a primeira a passar por um transplante de tecido ósseo realizado no Acre, conta um pouco da sua história. “Eu sofri um acidente grave em 2014, quando as minhas duas pernas sofreram fraturas graves, a perna direita, fratura exposta. Tive bastante perda óssea. Passei por várias cirurgias, vários fixadores. Tive que tirar o osso do quadril, para colocar na tíbia. Porém, não obtivemos o resultado esperado. Houve algumas complicações. E também a questão de o osso não ter sido o suficiente para emendar. Aí, por questão de infecção, tive mais algumas perdas ósseas”, conta.
Após vários procedimentos, Nerian ficou sem perspectivas. Foi quando o médico ortopedista Nelson Marquezini, que a acompanha desde o acidente, disse que havia uma esperança de fazer o procedimento de transplante de tecido ósseo aqui no estado.

“Em janeiro deste ano em um de meus retornos médicos, o Dr. Nelson me falou que iria fazer o procedimento cirúrgico aqui no Acre e que eu iria ser a primeira paciente a ser beneficiada. Eu fiquei muito emocionada, muito feliz. Foi uma benção!”, relatou.
Nerian relata que ocorreu tudo bem e que não teve nenhuma complicação. A perna já está quase toda calcificada. “Antes, a minha perna não tinha estabilidade nenhuma, hoje eu adoro levantar a minha perna. É uma sensação maravilhosa”, disse.
A paciente ainda não está andando, porque precisa fortalecer a perna e o joelho, mas passa por atendimento de fisioterapia e vem apresentando melhoras gradativas. “Estou sendo muito bem acompanhada pela equipe médica e de fisioterapeutas. Eu sou muito grata por todo o carinho e atendimento recebido pelos profissionais de saúde. Ao Dr. Nelson, que me acompanha há 11 anos, eu não tenho palavras para expressar minha gratidão”, declarou.
Outra história de superação é a da jovem Gideane de Souza, 31 anos, natural de Assis Brasil. Ela foi a primeira acreana a ser submetida a um procedimento de ablação cardíaca para tratar arritmia grave, no próprio estado.
Gideane conta que, por diversas vezes ao longo da vida, passava por momentos de arritmia cardíaca, porém logo acalmava, mas ela conta que, em janeiro deste ano, durante um almoço, seu coração de repente acelerou e dessa vez não voltou ao normal, e sua irmã a levou ao hospital no município de Assis Brasil e, posteriormente, Brasileia. Foi quando ela percebeu que precisava de um atendimento mais especializado na capital.

“Quando eu cheguei em Rio Branco realizei os exames e fui diagnosticada com arritmia cardíaca e fui informada que o meu procedimento só havia em Porto Velho. Me encaminharam para o TFD [Tratamento Fora do Domicílio] e eu fiquei aguardando”, relatou Gideane.
Durante a espera Gidene foi surpreendida com uma grande novidade: a sua cirurgia seria realizada em seu estado, ela não iria precisar se deslocar para Rondônia. Recuperada e já em casa, a paciente agradece o atendimento recebido.
“Eu fiquei com muito medo, porque o meu procedimento era de risco, mas os profissionais me passaram muita confiança, e graças a Deus, deu tudo certo. Eu já tive alta e eu estou bem! Eu quero agradecer ao governo do Estado e aos profissionais de saúde que proporcionaram a realização do procedimento. Para nós que moramos em municípios pequenos é difícil estar se deslocando para cidades grandes”, relatou.

Pouco mais de dois meses depois, em 3 de junho de 2025, foi realizado o primeiro transplante de tecido ósseo no estado, com apoio técnico do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Rio de Janeiro. O procedimento abre caminho para que pacientes que necessitam desse tipo de tratamento sejam atendidos no Acre.

O médico ortopedista Nelson Marquezini, responsável pelo transplante, celebrou o pioneirismo. “Antigamente, a gente não tinha esse serviço disponível no estado. Então, quem precisava tinha que ficar longe dos seus familiares. São tratamentos prolongados. Eram meses, às vezes, até anos, longe de casa, do seu convívio social. Para a gente é um grande orgulho ser pioneiro nesse tipo de cirurgia aqui no estado”, afirmou.
Já em 28 de junho de 2025 outro avanço histórico foi registrado: o primeiro procedimento de ablação para arritmia grave , realizado no Centro Hemodinâmico e Cardiológico (Hemocardio), em Rio Branco. Minimamente invasivo, o tratamento restabelece o ritmo cardíaco normal por meio de cateteres que aplicam energia em áreas específicas do coração.

O governador do Acre, Gladson Camelí, celebra as conquistas da gestão: “Um dos meus maiores compromissos de governo é com a saúde pública do nosso estado, e poder ver cirurgias inéditas de alta complexidade sendo realizadas aqui no Acre nos mostra que estamos no caminho certo. O nosso compromisso é continuar fortalecendo a rede pública de saúde, ampliando o acesso e oferecendo um atendimento de qualidade à nossa população”, ressalta.

O secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, ressaltou a importância do momento: “Estamos vivendo um momento histórico para a saúde. Essas cirurgias inéditas mostram o quanto nosso estado tem avançado na oferta de serviços especializados, garantindo dignidade e qualidade de vida aos pacientes. Este é o resultado de uma gestão comprometida e de equipes que trabalham com dedicação e excelência”, declarou.

A presidente da Fundhacre, Soron Steiner, também comemorou. “Realizar esses procedimentos pela primeira vez em nossa unidade é uma conquista não apenas para a Fundhacre, mas para toda a população acreana. Estamos consolidando a capacidade técnica da nossa equipe e abrindo caminho para que mais pessoas tenham acesso a tratamentos complexos aqui mesmo, sem precisar sair do estado”, afirmou.

As cirurgias inéditas realizadas em 2025 colocam o Acre em um novo patamar no cenário da saúde pública brasileira. Mais do que avanços tecnológicos, representam esperança para milhares de famílias que, até pouco tempo atrás, precisavam enfrentar longas viagens para ter acesso a cuidados especializados.
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